sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O Futebol em Portugal

As boas-vindas para todos vós gloriosos cavaleiros da Internet! Passei algum tempo sem escrever, para variar, que se deveu acima de tudo ao inicio da época escolar. Durante este tempo em que me encontrei inactivo testemunhei o facto do meu blog andar muito monótono… Aconselharam-me a adicionar, comentar e seguir outros blog’s para depois seguirem também o meu mas, sinceramente, não me apetece. Eu sou orgulhoso ao ponto de achar que sem fazer nada vou ter milhares de seguidores a aclamar os meus horríveis artigos!!

E passando ao que interessa: hoje vamos falar de um dos assuntos mais polémicos, mais fantásticos, e mais emocionantes de Portugal: O FUTEBOLL! (estava a fazer suspense na esperança que não tivessem lido o título do artigo). Ah! Mas agora vou realmente criar suspense: Vamos falar de uma das partes mais empolgantes do futebol!… Onde se encontra o culminar de toda a emoção!... Onde tudo pode ser uma surpresa! E essa parte é qual?? Obviamente as entrevistas rápidas!

Eu admito que não percebo nada de futebol, mas acho que a opinião é unânime quando afirmo que as entrevistas rápidas são um momento interessantíssimo a todos os níveis! Não só pela sua falta de originalidade, mas também pelos pontapés na gramática ou pelo discurso incrivelmente repetitivo. Acho fascinante aquelas pessoas (como o meu pai) que depois de qualquer jogo, quando os restantes membros familiares querem mudar de canal, dizem: “nãooo deixa ver a entrevista rapidaaa”. Como se já não soubessem o que é que os protagonistas das entrevistas iam dizer!

Eu acredito que para ser jogador de futebol é preciso duas coisas. A menos importante é, como é óbvio, saber jogar à bola. A mais importante é uma disciplina que os jogadores têm nas escolas preparatórias que se chama “Ciências do falar futebolístico”. Nesta disciplina têm um treino intensivo de como falar nas entrevistas rápidas, por exemplo:

Repórter: Então Jogador X o que achou do jogo?
Jogador X: Acho que jogámos bem, esforçámo-nos, e quando nos esforçamos tudo corre bem.
Repórter: Além da sua bela exibição marcou dois golos, o que acha disso?
Jogador X: Tenho-me esforçado, o mister confia em mim e eu também me sinto confiante.

Reparem naquele discurso repetitivo e engonhador irritantemente típico dos jogadores do futebol. Há também aquele pormenor interessante de tratar os treinadores sempre por “Mister”. Bem, e isto foi um exemplo de um jogador ganhador, reparem agora no contrário:

Repórter: A vossa equipa já vai com 3 derrotas consecutivas, o que tem a dizer aos adeptos?
Jogador Y: Acho que demos o nosso melhor… Não marcámos porque não conseguimos concretizar as oportunidades que nos apareceram…. Peço desculpa aos adeptos…
Repórter: E como está o ambiente no núcleo desportivo?
Jogador Y: É claro que estamos tristes… Mas o grupo é unido e agora só temos que levantar a cabeça e pensar no próximo jogo.

Mesmo que a equipa esteja na pior situação possível existe sempre um cromo incrivelmente positivista que diz “Sim! Ainda acreditamos e vamo-nos esforçar!”. E se for o melhor jogador do mundo na entrevista rápida?

Repórter: O que tem a dizer aos adeptos após a derrota?
Melhor jogador do mundo: Perguntem ao mister!!

Sem dúvida a atitude mais correcta, mais educada e mais justa de responder a esta questão. E se isto é assim em português como será em inglês? (http://www.youtube.com/watch?v=Q30eSTkhHxk&feature=related) Descubram vocês.

No fundo este artigo é uma crítica à falta de instrução nos jogadores em Portugal. Não é que eles precisem disso para jogar à bola, mas é triste ver episódios como o que sucedeu no mundial com o Cristiano Ronaldo e o Carlos Queiroz. E atenção que esta falta de “saber falar” não é exclusiva dos jogadores de futebol… É um mal comum na sociedade portuguesa.

E agora vou em paz para o meu túmulo... Até à próxima, se é que isso vai existir!